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Melatonina: O que é, benefícios, como tomar

Já se viu olhando para o teto às 3 da manhã, frustrado por não conseguir dormir? Você não está sozinho. Cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com problemas de sono, segundo a Associação Brasileira do Sono. Nesse cenário, a melatonina tem ganhado cada vez mais popularidade como uma alternativa natural para melhorar a qualidade do sono. Mas afinal, o que é essa substância? Ela realmente funciona? É segura? Neste artigo, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre a melatonina: desde seus benefícios científicos até a forma correta de consumo, ajudando você a decidir se ela pode ser uma aliada para suas noites de sono.

O que é melatonina?

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal, localizada no cérebro. Muitas vezes chamada de “hormônio do sono” ou “hormônio da escuridão”, ela regula o ciclo circadiano (ritmo de sono-vigília) do corpo humano.

Durante o dia, a exposição à luz, especialmente a luz azul, inibe a produção de melatonina. À noite, quando a escuridão aumenta, sua produção é ativada, sinalizando ao corpo que é hora de dormir. Este é um processo natural que sincroniza nosso organismo com o ciclo dia-noite.

Com o avançar da idade, a produção natural de melatonina tende a diminuir, o que explica parcialmente por que muitos idosos enfrentam dificuldades para dormir. Além disso, fatores como estresse, trabalho noturno, exposição excessiva a telas e jet lag podem perturbar a produção natural desse hormônio.

7 benefícios comprovados da melatonina

1. Tratamento da insônia

A melatonina tem mostrado eficácia significativa no tratamento da insônia, especialmente a de curto prazo. Estudos indicam que ela pode ajudar a reduzir o tempo necessário para adormecer em aproximadamente 7 minutos, em média.

2. Ajuste do relógio biológico

Para quem sofre com jet lag ou trabalha em turnos noturnos, a melatonina pode ajudar a reajustar o relógio biológico. Pesquisas mostram que ela é eficaz para sincronizar o ciclo circadiano, facilitando a adaptação a novos fusos horários ou horários de trabalho irregulares.

3. Melhora da qualidade do sono

Além de ajudar a adormecer mais rapidamente, a melatonina pode melhorar a qualidade geral do sono. Estudos sugerem que ela aumenta o tempo total de sono e reduz o número de despertares noturnos, proporcionando um descanso mais reparador.

4. Propriedades antioxidantes

A melatonina é um potente antioxidante natural que ajuda a combater os radicais livres, moléculas instáveis que podem danificar células e contribuir para o envelhecimento e doenças crônicas. Essa função antioxidante pode oferecer proteção ao sistema nervoso e outros órgãos.

5. Suporte ao sistema imunológico

Pesquisas recentes sugerem que a melatonina pode fortalecer o sistema imunológico, aumentando a produção de citocinas e melhorando a resposta de células do sistema imune. Durante infecções virais, por exemplo, níveis adequados de melatonina podem ajudar o organismo a combater patógenos mais eficientemente.

6. Redução da pressão arterial

Estudos preliminares indicam que a melatonina pode ajudar a diminuir a pressão arterial em pessoas com hipertensão, principalmente durante a noite. Isso ocorre porque ela relaxa os vasos sanguíneos, reduzindo a resistência ao fluxo sanguíneo.

7. Alívio de sintomas da síndrome pré-menstrual (TPM)

Algumas pesquisas sugerem que a melatonina pode ajudar a reduzir sintomas da TPM como dores de cabeça, insônia e mudanças de humor, possivelmente devido ao seu papel na regulação hormonal e suas propriedades anti-inflamatórias.

Como a melatonina funciona no organismo

A melatonina atua principalmente através de dois receptores no cérebro, conhecidos como MT1 e MT2. Quando se liga a esses receptores, desencadeia uma série de processos que promovem o sono:

  1. Regulação do relógio biológico: A melatonina sincroniza os ritmos circadianos no núcleo supraquiasmático (NSQ), a região do cérebro responsável pelo controle do ciclo sono-vigília.
  2. Redução da temperatura corporal: Ela causa uma leve diminuição da temperatura corporal, o que facilita a indução do sono.
  3. Inibição da atividade cerebral: A melatonina reduz a atividade em certas regiões do cérebro, promovendo o relaxamento necessário para adormecer.
  4. Modulação de outros neurotransmissores: Interage com neurotransmissores como GABA, serotonina e dopamina, afetando positivamente o humor e o relaxamento.

O ciclo natural da melatonina segue um padrão de 24 horas, aumentando ao anoitecer, atingindo o pico entre 2h e 4h da manhã, e diminuindo gradualmente até o amanhecer.

Quem pode se beneficiar da suplementação de melatonina?

A suplementação de melatonina pode ser especialmente benéfica para:

  • Pessoas com insônia: Principalmente aquelas com dificuldade para adormecer.
  • Viajantes que cruzam fusos horários: Para minimizar os efeitos do jet lag.
  • Trabalhadores de turnos noturnos: Para ajustar o ciclo sono-vigília.
  • Idosos: Que naturalmente produzem menos melatonina.
  • Pessoas com transtorno afetivo sazonal (TAS): Condição em que os níveis de melatonina podem ser afetados pela mudança das estações.
  • Indivíduos com transtorno do sono de fase atrasada: Que têm dificuldade para dormir e acordar em horários convencionais.
  • Pacientes com certas condições neurológicas: Como autismo e TDAH, que frequentemente apresentam distúrbios do sono.

Como tomar melatonina corretamente

Dosagem recomendada

A dosagem ideal de melatonina pode variar dependendo da finalidade de uso:

  • Para insônia ocasional: 0,5 a 3 mg, cerca de 30-60 minutos antes de dormir.
  • Para jet lag: 0,5 a 5 mg no horário de dormir do destino, começando no dia da viagem.
  • Para trabalho em turnos: 1 a 3 mg antes do período de sono planejado.

É importante ressaltar que mais não significa melhor quando se trata de melatonina. Estudos mostram que doses menores (0,5-1 mg) podem ser tão ou mais eficazes que doses maiores, com menor risco de efeitos colaterais.

Horário ideal para consumo

Para máxima eficácia, a melatonina deve ser tomada:

  • Insônia regular: 1-2 horas antes do horário desejado para dormir.
  • Jet lag (viagens para leste): No horário de dormir do destino, começando 2-3 dias antes da viagem.
  • Jet lag (viagens para oeste): No novo horário de dormir, começando no dia da chegada.

Formas de apresentação

A melatonina está disponível em várias formas:

  • Comprimidos: A forma mais comum.
  • Cápsulas: Liberação rápida ou prolongada.
  • Gotas: Permitem ajuste preciso da dosagem.
  • Spray sublingual: Absorção mais rápida, ideal para quem precisa de efeito imediato.
  • Gomas mastigáveis: Popular, mas pode conter açúcares e aditivos.

A escolha da forma depende da preferência pessoal e da finalidade do uso. Por exemplo, formulações de liberação prolongada são melhores para quem tem dificuldade em manter o sono, enquanto as de liberação rápida funcionam melhor para quem tem dificuldade para adormecer.

Melatonina x outros indutores do sono: comparativo

AspectoMelatoninaBenzodiazepínicosZ-Drugs (Zolpidem, etc.)Anti-histamínicos
MecanismoHormônio naturalPotencializa GABAAtua em receptores GABABloqueia histamina
EficáciaModeradaAltaAltaModerada a baixa
DependênciaNão causaAlta possibilidadePossibilidade médiaBaixa possibilidade
TolerânciaMínimaDesenvolve rapidamenteDesenvolve com o tempoDesenvolve rapidamente
Ressaca matinalRaraComumMenos comum que benzosComum (sonolência diurna)
Efeitos colateraisGeralmente levesPotencialmente gravesModeradosModerados
Receita médicaNão (no Brasil)*Sim (receita azul)Sim (receita branca)Alguns sim, outros não

*No Brasil, a melatonina foi liberada pela ANVISA em 2021 como suplemento alimentar, sem necessidade de receita médica, para pessoas acima de 19 anos, na dosagem máxima de 0,21mg por unidade.

5 efeitos colaterais potenciais da melatonina

Embora a melatonina seja geralmente considerada segura para uso de curto prazo, alguns efeitos colaterais podem ocorrer:

1. Sonolência diurna

Em algumas pessoas, especialmente com doses mais altas, a melatonina pode causar sonolência que persiste durante o dia seguinte, afetando a concentração e os reflexos.

2. Dores de cabeça e tontura

Aproximadamente 8% dos usuários relatam dores de cabeça leves após o uso de melatonina, e alguns podem experimentar tonturas temporárias.

3. Sintomas gastrointestinais

Náusea, vômito e diarreia são efeitos colaterais possíveis, embora incomuns. Tomar melatonina com um pequeno lanche pode ajudar a reduzir esses sintomas.

4. Alterações no humor

Algumas pessoas relatam irritabilidade, ansiedade ou depressão temporária após o uso de melatonina, especialmente em doses mais elevadas.

5. Sonhos vívidos ou pesadelos

A melatonina pode aumentar o tempo de sono REM, o estágio onde os sonhos ocorrem, resultando em sonhos mais intensos e memoráveis. Em alguns casos, isso pode incluir pesadelos.

Precauções e contraindicações

A melatonina deve ser usada com cautela por:

  • Gestantes e lactantes: Não há estudos suficientes sobre segurança.
  • Pessoas com doenças autoimunes: Pode estimular o sistema imunológico.
  • Pacientes com epilepsia: Alguns estudos sugerem possível aumento na frequência de convulsões.
  • Pessoas com problemas hepáticos ou renais: A metabolização e eliminação podem ser afetadas.
  • Diabéticos: Pode afetar os níveis de glicose no sangue.

Além disso, a melatonina pode interagir com diversos medicamentos, incluindo:

  • Anticoagulantes (aumentando o risco de sangramentos)
  • Imunossupressores
  • Anticonvulsivantes
  • Medicamentos para diabetes
  • Contraceptivos hormonais

Como melhorar a produção natural de melatonina

Antes de recorrer à suplementação, existem várias estratégias para estimular a produção natural de melatonina:

  1. Exposição à luz natural durante o dia: Ajuda a sincronizar o relógio biológico.
  2. Redução da exposição à luz azul à noite: Use filtros de luz azul em dispositivos eletrônicos ou óculos especiais, e evite telas 1-2 horas antes de dormir.
  3. Ambiente escuro para dormir: Use cortinas blackout e elimine fontes de luz no quarto.
  4. Alimentação adequada: Alimentos ricos em triptofano (precursor da melatonina) como bananas, cerejas, aveia e nozes podem ajudar.
  5. Rotina regular de sono: Manter horários consistentes para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana.
  6. Meditação e técnicas de relaxamento: Reduzem o estresse, que pode inibir a produção de melatonina.
  7. Atividade física regular: Exercícios físicos moderados durante o dia podem melhorar a produção de melatonina à noite.

Mitos e verdades sobre a melatonina

Mito: A melatonina não causa dependência

Verdade: A melatonina não causa dependência física, porém pode criar dependência psicológica em algumas pessoas.

Mito: Quanto maior a dose, melhor o efeito

Falso: Doses menores (0,5-1mg) são frequentemente tão ou mais eficazes que doses maiores, com menos efeitos colaterais.

Mito: A melatonina funciona para todos os tipos de insônia

Falso: É mais eficaz para problemas em iniciar o sono do que para manter o sono durante a noite.

Mito: Melatonina é completamente natural, então não tem riscos

Falso: Mesmo sendo um hormônio natural, a suplementação pode causar efeitos colaterais e interações medicamentosas.

Mito: Crianças podem tomar melatonina nas mesmas doses que adultos

Falso: O uso em crianças deve ser supervisionado por um médico, com dosagens específicas para a idade.

veja tambem:Não consigo dormir: 12 causas da insônia e como superá-las

Conclusão

A melatonina representa uma opção promissora e relativamente segura para pessoas que enfrentam certos tipos de distúrbios do sono. Seu perfil de segurança favorável, quando comparado a medicamentos sedativos tradicionais, a torna uma alternativa atraente para muitas pessoas.

No entanto, é importante lembrar que a melatonina não é uma solução mágica para todos os problemas de sono. Para resultados ótimos, deve ser parte de uma abordagem mais ampla que inclua bons hábitos de sono, gerenciamento do estresse e um estilo de vida saudável. Além disso, problemas crônicos de sono merecam avaliação médica adequada, já que podem ser sintomas de condições subjacentes que requerem tratamento específico.

Como em qualquer intervenção relacionada à saúde, é sempre aconselhável consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação com melatonina, especialmente se você toma medicamentos regularmente ou tem condições médicas preexistentes.

Você já experimentou a melatonina como auxiliar do sono? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo! E se este artigo foi útil, não esqueça de compartilhá-lo com amigos e familiares que possam estar enfrentando dificuldades para dormir.

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Paula Georg

Formada em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e com mais de oito anos de experiência. É a mente por trás de toda a curadoria de conteúdo e a nutricionista responsável pelo Vai de Saudável.

Paula Georg

Formada em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e com mais de oito anos de experiência. É a mente por trás de toda a curadoria de conteúdo e a nutricionista responsável pelo Vai de Saudável.

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